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Novo secretário de Saúde, Paulo Mattar defende reativação de PS municipal


17/09/2015

Fonte: Comércio do Jahu

Prestes a ser nomeado secretário de Saúde, o médico pediatra Paulo Mattar, 70 anos, disse ontem ao Comércio que um de seus projetos é a reativação do pronto-socorro municipal, que funcionava no prédio do antigo Hospital São Judas até 2011. Atualmente, o imóvel abriga pronto-atendimento – mas o futuro titular da pasta acredita que é possível evoluir nos serviços prestados.

Conforme a coluna “De Fonte Limpa” noticiou ontem, o prefeito Rafael Agostini (PT) escolheu Mattar para ocupar a secretaria, vacante desde o fim de junho, com a saída de Gilson Scatimburgo. O sucessor elogia o trabalho feito atualmente.

Com orçamento de R$ 71,6 milhões e mais de 1,1 mil funcionários, a secretaria gerencia 15 unidades básicas, farmácias públicas, o Ambulatório de Especialidades Dr. Edwin Montenegro e dezenas de outras repartições. Também é responsável pelo repasse de R$ 1,2 milhão mensais para a manutenção do pronto-socorro da Santa Casa. Mattar é contra o projeto de lei aprovado pela Câmara no mês passado e que obriga o repasse das contas da filantrópica para o Legislativo.

Na opinião do profissional, o País vive “pronto-socorrorização” da saúde, o que afasta os pacientes do convívio com seus médicos.

Paulo Mattar aguarda a publicação de sua nomeação para assumir o cargo. É a segunda vez que ele assume a pasta – foi secretário entre 1989 e 1990, no governo de Sigefredo Griso (PMDB). Também foi vereador entre 2001 e 2004, então pelo PMDB. É marido da secretária de Assistência e Desenvolvimento Social, Maria Izilda Mattar.

 

São Judas

Para transformar o pronto-atendimento do antigo Hospital São Judas em pronto-socorro, aberto durante 24 horas, será preciso investir em laboratório e no setor de raio X. Segundo o futuro secretário de Saúde, a repartição deve funcionar como alternativa ao PS da Santa Casa, atendendo a casos de baixa e média complexidades, assim como a futura unidade de pronto-atendimento (UPA), no Residencial Bernardi.

O PS do São Judas foi encerrado em 2011, no governo do ex-prefeito Osvaldo Franceschi Junior (PV). Desde então, as urgências são restritas à Santa Casa, cujos repasses vêm aumentando ano a ano.

“A baixa e a média urgências podem ser atendidas lá, aliviando a Santa Casa”, justifica.

O ex-secretário Gilson Scatimburgo, atual assessor da secretaria, se manifestava de forma contrária à reativação da unidade como PS.

 

Convênio

Em um primeiro momento, a mudança não implicaria em redução no valor do convênio com a filantrópica. De acordo com Mattar, após a diminuição natural dos serviços prestados, o valor de manutenção do hospital cairia. Atualmente, o PS do hospital atende em média 16,2 mil pessoas todos os meses.

 

Primeiro atendimento

Mattar acredita que, para que sejam mais resolutivas, as 15 unidades básicas de saúde precisam ter a garantia da presença de médicos. Para isso, ele defende o estabelecimento do piso salarial da categoria, dividido por horas. Os profissionais seriam contratados por jornada de uma a quatro horas e teriam o trabalho fiscalizado. “Eu não posso fingir que pago bem e alguns médicos não podem fingir que estão atendendo”, comenta.

 

Cultura

Para o pediatra, o País vive na “era do imediatismo”. Como as pessoas estão cada vez mais sem tempo, não admitem ter de esperar para ser consultadas e recorrem aos serviços de pronto-atendimento, no que Mattar chama de “pronto-socorrorização da medicina”. “Se dermos um bom atendimento no posto de saúde, humanizado, com horários determinados e agilização dos exames, resgatamos o paciente.”

Ao mesmo tempo, os médicos se sentem compelidos a pedir muitos exames, porque os cidadãos não confiam nos diagnósticos. Para ele, isso encarece o sistema. “O que é caro não é uma ressonância ou uma tomografia, mas os mil exames de urina e de sangue”, argumenta.

 

Dengue

No ano passado, Jaú passou pela pior epidemia de dengue da história, com 4,8 mil casos confirmados. Para o secretário, o combate começa no início do ano dengue (julho), com campanhas de conscientização, e deve necessariamente incluir a visita domiciliar. Ao encontrar um foco, todo o bairro deve receber o bloqueio.

 

Contas

Paulo Mattar é contra a obrigatoriedade imposta pela Câmara, segundo a qual a Santa Casa fornecerá todos os meses o balancete da filantrópica para o Poder Legislativo. O médico diz ter se encontrado com o autor da proposta, Charles Sartori (PMDB), para argumentar que a obrigação não era necessária. O projeto ainda não foi sancionado pelo prefeito.

 

Faculdade

Inicialmente, o pediatra acredita que o Estado não precisava de novas faculdades, por causa da quantidade de cursos existentes. “Abrir escola, e não ter qualidade, é melhor não ter”, afirma.

Quando soube, contudo, que o Ministério da Educação tinha a intenção de autorizar mais 19 instituições em São Paulo, ajudou a articular para que uma viesse para Jaú. “Vai ser ótimo para a cidade”, acredita.

O MEC divulga, no dia 22 de setembro, o resultado final sobre o julgamento dos recursos apresentados contra a escolha das mantenedoras. Em Jaú, a primeira colocada foi a Universidade Oeste Paulista (Unoeste), de Presidente Prudente.

 

Mais Médicos

O próximo titular da secretaria menciona que o governo federal erra ao atribuir a suposta falta de médicos os problemas da saúde pública no País – que em sua avaliação incluem a falta de estrutura de trabalho.

Em Jaú, desde fevereiro do ano passado, a médica cubana Zoraida Grajales atua em unidade do Jardim Padre Augusto Sani.

“A médica não tem culpa de nada, eu sou contra a filosofia do programa, mas uma vez que ela está aqui, vou deixá-la à vontade, abrir a casa e respeitá-la.”

 

 
 
Sindicato da Saúde Jaú e Região
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