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Santa Casa quer Prefeitura fora do Pronto Socorro em 60 dias; administração diz que serviço vai melhorar


11/08/2023

Uma crise sem precedentes se instalou na Saúde em Jaú na noite da 5.a feira (10), após duas notas emitidas à população. A primeira delas, assinada pela Mesa Diretora da Santa Casa, sacudiu a cidade: foi dado prazo de 60 dias para a prefeitura deixar o Pronto Socorro do hospital; depois disso, a população deve procurar atendimento nos postinhos municipais. Oficialmente, a Santa Casa alegou “questões técnico-administrativas” para solicitar o fim do convênio.

Após reunião de urgência no Gabinete, a prefeitura divulgou nota em resposta ao posicionamento da Santa Casa, dizendo que “a população pode ficar tranquila”, pois a saúde é prioridade da atual gestão e que em breve divulgará novas informações sobre o que vai fazer. Entretanto, a nota indica a disposição do prefeito Jorge Cassaro em assumir o Pronto Socorro. “A gestão do dinheiro público feita pela atual administração permitirá que o município garanta o atendimento digno, melhorando inclusive a qualidade dos serviços”, afirmou.

O provedor Bernardi Jr e o prefeito Jorge: lados opostos (FOTO: Reprodução HoraH)

HORAH apurou que dois motivos principais estão no foco dessa crise: falta de recursos suficientes para o custeio do hospital e, principalmente, a maneira como a secretária da Saúde Ana Paula Rodrigues tem agido no Pronto Socorro, “constrangendo todo mundo”, comentou um membro do hospital. Como o Pronto Socorro é mantido com recursos municipais, por ser uma obrigação da prefeitura (são R$ 2,6 milhões por mês, valor corrigido recentemente), é direito e obrigação da secretária fiscalizar os serviços, mas a queixa está no abuso de autoridade que ela estaria empregando no local. “Ninguém mais quer trabalhar no Pronto Socorro”, disse a fonte da reportagem.

O vereador José Carlos Borgo foi o primeiro a se manifestar sobre o episódio e falou de uma verba de custeio em torno de R$ 20 milhões que a diretoria do hospital teria conseguido junto ao governo do Estado. Para receber o dinheiro, é necessária a anuência do prefeito, já que os serviços de saúde são municipalizados; procurado há 60 dias, ele teria se recusado a assinar a documentação, alegando que o valor era pequeno. “Sem dinheiro não tem como tocar, então é melhor parar”, disse o provedor da Santa Casa Alcides Bernardi Jr ao HORAH.

Uma reunião está sendo agendada para o começo da semana na Secretaria da Saúde em SP para discutir a crise na Santa Casa e os R$ 20 milhões em recursos. “Quando foi solicitada a reunião, foi pedido que o prefeito também estivesse presente. Vamos ver se ele vai”, falou a fonte do HORAH dentro do hospital. “Se vier recurso a gente pode rever tudo isso, sim, mas preciso admitir que a situação é bem crítica e, nesse momento, o melhor mesmo é entregar tudo para a gestão do Estado”, finalizou Bernardi Jr.

LINK DA REPORTAGEM DO HORAH

 
 
Sindicato da Saúde Jaú e Região
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