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Hospital de Base fica sem máquina e não faz mais cateterismo e angioplastia


30/04/2019
 
Aliada no tratamento de doenças, hemodinâmica não funciona desde 18 de abril
 

foto: Malavolta Jr./JC Imagens

Fonte: JC net/Marcele Tonelli

O Hospital de Base (HB) de Bauru não conta mais com máquina de hemodinâmica, que realiza importantes procedimentos como cateterismos e angioplastias. Fundamental para o diagnóstico e tratamento de doenças obstrutivas nas artérias, como o infarto, AVC, aneurisma, isquemia e trombose, o dispositivo parou de funcionar no dia 18 de abril. O desfalque provocado deve aumentar a fila desses procedimentos na cidade, que, agora, tem apenas o Hospital Estadual (HE) como referência para exames via Sistema Único de Saúde (SUS). Segundo a reportagem apurou, a máquina de hemodinâmica do HB realizava cerca de 70 cateterismos por mês e atendia angioplastias de urgência.

O Departamento Regional de Saúde (DRS) de Bauru diz que a região possui cinco máquinas de hemodinâmica disponíveis, contando com a do HE. Afirma ainda que analisa medidas com os gestores regionais para garantir a assistência. Vale lembrar que área de atuação da DRS de Bauru é ampla e compreende mais de 60 cidades.

O departamento alega também que o equipamento será substituído, mas não dá prazos para tanto.

OBSOLETO

A máquina hemodinâmica usada até então no HB era da década de 80, considerada obsoleta pelo próprio Estado. Informações obtidas pela reportagem apontam que o dispositivo já teria quebrado outras vezes.

Um novo equipamento custaria, em média, R$ 2,5 milhões. Essencial em hospitais de alta complexidade, como o Hospital de Base, o aparato possibilita exames em tempo real, por meio de imagens radiológicas dinâmicas. Os rastreamentos são capazes de identificar doenças cardiovasculares, nos vasos cerebrais e em outros órgãos e membros, com procedimento pouco invasivo.

Médicos da cidade ouvidos pelo JC, que pediram para não ser identificados, apontam para a gravidade da situação, já que a máquina atendia pacientes graves via SUS e que chegavam ao Pronto-Socorro Central (PSC). Infartados, por exemplo, precisarão "contar com a sorte" (palavras de uma das fontes médicas entrevistadas), porque qualquer minuto é crucial e a transferência até o HE pode levar mais tempo.

"Fechar um serviço desses é muito grave, pessoas acabarão morrendo se nada for feito", reclama um dos profissionais.

HISTÓRICO

O Hospital de Base foi pioneiro ao oferecer o serviço público de hemodinâmica na cidade, há cerca de quatro décadas.

Segundo a reportagem apurou, em 2008, a unidade chegava a ofertar, por mês, até 200 cateterismos (possibilitam diagnósticos) e 50 angioplastias (técnica médico-cirúrgica destinada a reparar, desobstruir ou modificar um vaso).

Após a Operação Odontoma - realizada no HB pela Polícia Federal -, o número de exames teria caído.

Em 2012, quando a Fundação Para o Desenvolvimento Médico Hospitalar (Famesp) assumiu o HB, o estabelecido seria uma cota de aproximadamente 70 cateterismos por mês. E as angioplastias teriam passado a ser feitas só com urgência.

A Secretaria de Saúde do Estado rebate a suposta diminuição e lembra que a unidade passou por operação da Polícia Federal, antes de ser assumida pela Famesp. "A fundação sempre realizou o número de exames que eram necessários para a região", ressalta a pasta, por meio de sua assessoria de imprensa.

O Estado, contudo, não confirma quantos pacientes eram atendidos diariamente antes de a máquina quebrar e nem qual a fila atual gerada pela transferência de demanda ao Hospital Estadual.

"Os pacientes da região com indicação do exame são agendados pelos próprios municípios, via Central de Regulação de Oferta e Serviços de Saúde (Cross), cabendo ao município de origem de cada paciente providenciar o transporte. Os casos mais graves e urgentes são priorizados, seguindo as diretrizes do SUS", finaliza a pasta.

 
 
Sindicato da Saúde Jaú e Região
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