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UNESCO: 617 milhões de jovens no mundo não sabem ler nem fazer conta


10/12/2018

Em boletim divulgado nesta semana (4), o Instituto de Estatística da UNESCO (UIS, na sigla em inglês) afirma que o mundo vive uma crise global de aprendizagem, com seis em cada dez crianças e adolescentes incapazes de ler uma frase simples ou resolver um cálculo matemático básico. Organismo defendeu mais investimentos em estatísticas e monitoramento para identificar lacunas no ensino formal.

De acordo com o levantamento, no mundo, um terço das 617 milhões de crianças e adolescentes sem alfabetização e sem competências elementares em matemática estão fora da escola e precisam urgentemente de acesso à educação. Mas dois terços desse grupo estão frequentando uma instituição de ensino.

“Longe de estarem escondidos ou serem difíceis de alcançar, eles estão sentados nas salas de aula, esperando que as escolas entreguem a educação de qualidade que lhes foi prometida”, afirma a diretora do UIS, Silvia Montoya.

“Essa promessa foi quebrada com muita frequência, como mostrado pela falta de progresso nos resultados da aprendizagem nos últimos 15 anos.”

De acordo com a especialista, “as desigualdades na aprendizagem são vistas e sentidas não apenas no nível individual, mas entre países e comunidades, com sociedades inteiras retidas por educação de má qualidade e deficiência nas habilidades”.

Monitoramento

O UIS reconhece que as disparidades na educação já são uma prioridade para a comunidade internacional, mas o organismo alerta que o problema não pode ser resolvido sem um monitoramento robusto para acompanhar se as crianças, adolescentes e adultos estão adquirindo as competências de que necessitam.

Essa tarefa é fundamental, dada a importância crítica da educação para a realização de todos os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas (ODS) — desde reduzir a pobreza até combater a discriminação de gênero e construir sociedades saudáveis e pacíficas. O relatório do UIS levanta preocupações sobre como essas metas podem ser alcançadas até o prazo de 2030, se um número significativo de pessoas continuar sem habilidades básicas.

Com estudos de caso sobre investimento, a publicação do UIS defende uma mudança de percepção sobre os custos das avaliações de aprendizagem, tanto por doadores quanto por governos. A participação em importantes exames internacionais ou regionais pode custar a cada país cerca de 500 mil dólares a cada quatro anos, o que parece ser uma despesa enorme para uma economia menor. No entanto, o gasto é pequeno quando comparado com o valor total investido na escolaridade ou o valor ainda maior da ausência da educação.

O UIS estima que dados sólidos sobre a aprendizagem, que visem avaliar se as abordagens estão funcionando ou se são necessárias reformas, poderiam melhorar a eficiência do gasto educacional em 5%. Isso economizaria 30 milhões de dólares por ano em um país. Esse valor também pagaria os custos das avaliações centenas de vezes.

O boletim aborda uma ampla gama de iniciativas de avaliação, desde a educação na primeira infância até os programas de alfabetização de adultos. Também apresenta uma série de ferramentas para ajudar os países a tomar decisões conscientes sobre os tipos de exame que atenderão às suas próprias necessidades, bem como orientações sobre a participação em avaliações e capacitação humana para melhorar os resultados de aprendizagem por meio do uso de dados.

O levantamento do instituto foi divulgado em meio à Reunião Global de Educação em Bruxelas, organizada para avaliar o progresso global no cumprimento do ODS 4, sobre educação de qualidade. Acesse a pesquisa clicando aqui (em espanhol).

 

Fonte: ONU Brasil

 
 
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