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UGT comemora dez anos na Assembleia Legislativa de São Paulo


09/08/2017

Uma sessão solene na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo nesta segunda, 7 de agosto, comemorou os dez anos da União Geral dos Trabalhadores (UGT).

A sessão foi solicitada pelo deputado federal e vice-presidente da UGT, Davi Zaia, e autorizada pelo presidente da Assembleia, Cauê Macris.

Além do deputado, compuseram a mesa da solenidade Ricardo Patah, presidente nacional da UGT e do Sindicato dos Comerciários de São Paulo; o ministro da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, Gilberto Kassab; Eduardo Anastasi, representando o ministro do Trabalho, Ronaldo Nogueira; os deputados Ramalho da Construção e José Américo; e o vice-presidente da UGT Roberto de Lucena.

“Desde que nasceu, a UGT luta pela base, pelos que muitas vezes não têm voz. Nós nascemos para somar, agregar, unir. Fomos sempre contra qualquer tipo de segregação. Nesses dez anos, são muitas as atividades das quais nos orgulhamos. Lutamos pela acessibilidade, pelo direito da mulher, pela inclusão, pelo público LGBT, entre muitas outras ações. A UGT já nasceu com o conceito de inclusão e respeito. É por isso que, há dez anos, tínhamos 180 sindicatos e, hoje, são 1386 filiados. Estamos num momento difícil, mas a reforma trabalhista está aí e vamos superá-la com criatividade. A UGT é reformista desde sempre, mas não de forma que prejudique o trabalhador. É justamente o contrário o que queremos e vamos conseguir. Vamos lutar pela reforma política e pelo fim da corrupção, tornando o sindicalismo cada vez maior”, falou Ricardo Patah.

Davi Zaia reforçou: “Em 10 anos, a UGT se consolidou como um importante instrumento de luta da classe trabalhadora. Trazer essa comemoração para dentro da Assembleia Legislativa é reconhecer o papel relevante da Central, seja para São Paulo ou para o Brasil. Trata-se de uma instituição que defende os direitos trabalhistas com foco e total atenção às necessidades do País, valorizando uma sociedade justa e inclusiva”.

Kassab afirmou que “nesses dez anos, entre outros feitos, a UGT tem conseguido atenuar os efeitos das decisões tomadas em Brasília para a sociedade”. “Além de ter recuperado a capacidade dos sindicatos e das centrais de representar os trabalhadores.”

No local, havia uma faixa com os dizeres: “Com a missão de defender os interesses dos trabalhadores, nesses dez anos, a UGT fortaleceu o conceito de sindicalismo cidadão, ético e inovador”. “É exatamente dessa forma que nós, brasileiros, enxergamos a UGT”, disse o ministro.

Na sequência, o deputado Ramalho da Construção falou sobre a importância de se rever e valorizar a representação sindical num momento tão importante como este pelo que passa o Brasil, em que a reforma trabalhista retira cerca de 170 direitos do trabalhador. “O Brasil precisa voltar a crescer. Ele tem jeito.”

Roberto Santiago frisou que a construção da UGT se fez com a união de trabalhadores de vários sindicatos e categorias. “Isso foi contra o que acreditavam na época, quando queriam separar as centrais. Hoje, temos a responsabilidade de buscar novos caminhos e recriar o movimento sindical. Sofremos um ataque do governo, que retirou de imediato o sistema de contribuição sindical, numa atitude irresponsável que só tem como objetivo desmobilizar os sindicatos e fortalecer os que querem atropelar os trabalhadores. Precisamos ser mais reconhecidos e fortalecidos pelos trabalhadores. Vamos passar o Brasil a limpo”.

“A UGT vai na contramão de muito do que acontece hoje no cenário nacional e do que aconteceu nessa última década quando se fala de organização sindical. Em todas as áreas, precisamos, com responsabilidade e sabedoria, discernir o joio do trigo. Nós representamos o trigo”, disse Roberto de Lucena em seu discurso.

Para o deputado José Américo, “a UGT faz parte do esforço da sociedade brasileira de organizar os trabalhadores. E esse processo de organização é responsável pelos direitos dos trabalhistas não terem sido afetados muitas vezes em muitos países. Hoje, uma reforma tira muitos direitos do trabalhador, trazendo um retrocesso. Sem falar no que vem por aí com a reforma previdenciária. Falta diálogo! O governo precisa conversar com os sindicatos e com as centrais, pois são eles que, legitimamente, representam o trabalhador”.

Uma extensão da mesa foi composta por dirigentes ugetistas, como Canindé Pegado, secretário Geral da UGT; Chiquinho Pereira, secretário de Organização e Política Sindical da Central; Moacyr Pereira, secretário de Finanças; Marcos Afonso, secretário de Imprensa; Luiz Carlos Motta, presidente da UGT São Paulo e da Fecomerciários; Luiz Gustavo Wlafrido, presidente da UGT Pernambuco; Regina Zagretti, secretária da Mulher; Cleonice Caetano, secretária de Saúde e Segurança; o ministro Rogério Magri; além de Roberto Santiago, Salim Reis e Enílson Simões de Moura (o Alemão), vice-presidentes da UGT – estes dois últimos homenageados durante o evento.

Motta ponderou: “São dez anos de história e trabalho na manutenção e ampliação de direitos das categorias que a UGT representa. Que a gente continue assim, unido pelos interesses dos trabalhadores de todo o Brasil, especialmente depois da reforma trabalhista”.

“Para mim, é motivo de orgulho comemorar uma década de uma ideia que, quando surgiu, foi criticada e vista com desconfiança, pois propunha a unificação de correntes com pensamentos distintos, transformando diferenças em unidade de ação em defesa dos trabalhadores. Hoje, somos uma realidade. Somos uma das maiores centrais sindicais do País. Mas, diante da atual visão política conturbada, inclusive a respeito da organização da classe trabalhadora, temos que ressurgir e buscar novos caminhos para que o movimento sindical continue forte”, afirmou Salim.

Washington Aparecido dos Santos (o Maradona), coordenador da Bancada dos Trabalhadores na Comissão Nacional Tripartite Temática do MTE pela UGT, falou sobre o diferencial característico da Central. “A UGT nasceu da fusão da Social Democracia Sindical (SDS), Confederação Geral dos Trabalhadores (CGT) e a Central Autônoma de Trabalhadores (CAT), com o objetivo de fortalecer os trabalhadores visando ao futuro. Agora, o futuro está acontecendo e a Central se preparou para ele ao longo desses dez anos. Não vamos dizer que as coisas estão ruins, vamos apresentar propostas. Esse é o diferencial da UGT.”

Também havia um grande número de autoridades na plateia, prestigiando a comemoração que contou, ainda, com as apresentações da Orquestra do Grupo Pão de Açúcar, sob a regência do maestro Daniel Misiuk, e do cantor e funcionário do Sindicato dos Comerciários de São Paulo, Rodrigo Monforte.

“Comemorar dez anos é algo especial no cenário em que vivemos. O momento reforça a necessidade de uma mudança. Até aqui, a UGT tem histórias bonitas a contar, de lutas acumuladas. Daqui pra frente, especialmente por conta da reforma trabalhista, será um outro cenário, uma exigência muito maior, mas tenho certeza de que iremos cumprir o nosso papel”, finalizou Chiquinho Pereira.

Os dez anos

Fundada em 2007, sempre sob a presidência de Ricardo Patah, a União Geral dos Trabalhadores (UGT) representa hoje 1386 sindicatos e um universo de 5,5 milhões de trabalhadores.

Já no congresso de fundação da Central, ao ser eleito presidente, Patah deixou claro que a UGT surgia com uma proposta diferenciada: a prática de um sindicalismo cidadão, ético e inovador.

Isso significa ultrapassar as barreiras entre capital e trabalho e lutar pelos direitos de homens e mulheres não só como trabalhadores, mas como cidadãos. Como pais e mães de família. Como estudantes. Como integrantes da sociedade. Como seres humanos.

E têm sido muitas as conquistas nesses dez anos.

Desde o início, uma das principais atuações da UGT é a luta por todos os povos, incluindo índios, trabalhadores rurais, pescadores, aposentados.
Sua luta é para eliminar a dependência de políticas assistencialistas e construir políticas de desenvolvimento sustentável.

Prova disso é que a UGT foi a primeira central sindical a possuir uma secretaria voltada exclusivamente para os índios. Na Ilha do Bananal, no Tocantins, a Central firmou uma parceria que visa gerar emprego, trabalho e renda para a população indígena, por meio de oficinas formadoras, investimento em plantio, artesanato, coleta seletiva e criação de gado. A ideia é pulverizar esse projeto por todo o Brasil.

A Central tem como um de seus filiados a Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura Familiar, Federações e Sindicatos da Agricultura Familiar.

Em 2014, promoveu a 1ª Conferência de Pescadores e Trabalhadores do Estado do Maranhão, realizada em São Luiz.

Sem falar na ação desenvolvida em Santo Amaro da Purificação, na Bahia, em defesa de milhares de moradores da cidade que estavam sofrendo as consequências de uma contaminação por chumbo no local.

No que se refere à aposentadoria, Ricardo Patah, representando não apenas a entidade, mas sim toda a população brasileira, está à frente de incansáveis negociações com o governo para a ponderação de medidas justas, que não tirem nenhum direito do trabalhador que dedicou toda uma vida a um ofício nem daquele que, futuramente, deverá ter o direito de se aposentar de forma digna.

Nesses dez anos, foram muitas as manifestações promovidas pela Central em Brasília e em todos os Estados da federação, sempre com o objetivo de não permitir a retirada de direitos e de conquistar os que ainda faltam para que os cidadãos tenham acesso à saúde, ao trabalho decente e à justiça social.

Em 2013, uma marcha reuniu mais de 50 mil trabalhadores no Distrito Federal. Na pauta de reivindicações, estavam temas como o fim do fator previdenciário, a política de valorização dos aposentados, a igualdade de oportunidades entre homens e mulheres e a correção da tabela do imposto de renda.

Outro momento pioneiro promovido pela UGT foi a campanha nacional contra os juros abusivos cobrados pelas operadoras de cartão de crédito. Ainda em 2012, a Central montou uma guilhotina, que passou por diferentes Estados, para simbolizar a ameaça constante que pairava sobre os consumidores endividados no cartão.

A UGT é uma entidade apartidária. Ela não está do lado direito nem do lado esquerdo. A UGT está ao lado do trabalhador.

À frente da Central, Ricardo Patah fez um pronunciamento no Senado Federal sobre o projeto de terceirização, afirmando que este visa apenas aumentar o lucro das empresas.

Além disso, Patah se reuniu com todos os presidentes do Brasil desde sua eleição para o comando da UGT e se mantém em constantes negociações com ministros do Trabalho, da Previdência, presidente da Câmara dos Deputados, prefeitos e vereadores.

Em 2010, a UGT liderou, junto ao Congresso Nacional, a bem-sucedida campanha pela revisão da legislação do FGTS.

Em 2014, sob a liderança do presidente ugetista, uma manifestação na Câmara dos Deputados cobrava preço justo e qualidade dos serviços de telefonia no Brasil. Mais um exemplo de que a União Geral dos Trabalhadores existe para lutar pelos direitos da sociedade como um todo e não apenas por esse ou aquele trabalhador.

No ano de 2016, a Central viveu um momento histórico na Refinaria de Abreu e Lima e no Complexo Industrial Portuário de Pernambuco. Por questões que envolviam corrupção, obras foram paralisadas e cerca de 40 mil trabalhadores ficaram desempregados. A UGT foi ao local, juntamente com o então ministro do Trabalho, a fim de encontrar uma solução. Foi quando o político recebeu, em mãos, milhares de currículos de trabalhadores desesperados.

E a influência da UGT ultrapassa fronteiras. Em 2015, foi o presidente Ricardo Patah quem representou os trabalhadores brasileiros na Conferência da Organização Internacional do Trabalho, em Genebra, na Suíça.

Foi também o líder ugetista o representante brasileiro no seminário mundial “Desenvolvimento sustentável e o futuro do trabalho no contexto do Jubileu da Misericórdia", realizado em Roma, na Itália, para debater o trabalho decente e a erradicação da pobreza.

A UGT também prima pela saúde do cidadão. Por isso, promove campanhas, como a “Sai, zica”, em que organizou um mutirão de combate ao mosquito transmissor da doença, a fim de conscientizar a população sobre a importância, acima de tudo, da prevenção.

Ao ter como princípio a luta pelos direitos do cidadão não apenas no que se refere a questões trabalhistas, mas também em temas relacionados à saúde, segurança, mobilidade, entre outros, a UGT não poderia estar fora da “Jornada 2030”. A Central promove ações concretas para atingir e monitorar os 17 objetivos de desenvolvimento sustentável pretendidos pela Organização das Nações Unidas.

Anualmente, a União Geral dos Trabalhadores promove campanhas de conscientização, com distribuição de preservativos e folhetos explicativos.

Em 2009, participou, pela primeira vez, da Parada Gay de São Paulo, o maior evento em respeito à diversidade sexual do mundo, com grande mobilização contra o preconceito. De lá para cá, não parou mais.

Em 2011, em repúdio ao trabalho escravo que ocorre na maioria das empresas do varejo da moda, a Central liderou uma mobilização na Rua Oscar Freire, considerada o glamour da moda em São Paulo.

Também naquele ano, a Central reuniu milhares de pessoas no Pacaembu, na capital paulista, para apresentar a Agenda Unitária da Classe Trabalhadora, que visava que os frutos do crescimento econômico fossem distribuídos a todos, em forma de salários dignos, melhores condições de trabalho e mais direitos políticos e sociais.

Em 2015, as secretarias da Mulher e da Diversidade Humana da UGT participaram da Marcha das Mulheres Negras, em Brasília. Há nove anos, estão presentes no Mulher ComVida, megaevento que oferece serviços gratuitos a dezenas de milhares de mulheres.

A UGT foi uma das organizadoras da Conferência Sindical realizada na “Rio+20”; comemorou a conquista da regulamentação da profissão do comerciário; inovou ao promover eventos temáticos nas celebrações do 1º de Maio, a fim de alertar a população sobre o real sentido dessa data; participa de seminários nacionais e internacionais sobre a juventude e o trabalho decente... Enfim, são muitas as ações. São todos os Estados. E são apenas os primeiros dez anos. Dez anos em que a maior de todas as conquistas é ver a UGT incorporada ao brasileiro. Porque é por ele que ela existe. É por ele que ela luta.

Fonte: UGT 

  

  

 
 
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